ENTREVISTA COM BEATRIZ SEIGNER, DIRETORA E ROTEIRISTA DE BOLLYWOOD DREAM

De Beatriz Seigner (ex-aluna da Academia Internacional de Cinema), Bollywood Dream – O Sonho Bollywoodiano é produto da perseverança de sua autora

Por Mônica Wojciechowski 

 

O filme Bollywood Dream – O Sonho Bollywoodiano, da diretora e roteirista Beatriz Seigner, acaba de estrear nos cinemas no circuito nacional e está em cartaz nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, João Pessoa, Fortaleza, Juiz de Fora, Novo Hamburgo, Santos, Sorocaba e Tubarão. O longa-metragem conta a história de três atrizes brasileiras que decidem tentar a sorte em Bollywood, indústria cinematográfica da Índia. Mas, uma vez inseridas no coração da mitologia e cultura indianas, enquanto esperam por seus testes, seus sonhos se modificam.

A diretora começou a carreira no teatro e, aos 16 anos, dirigiu seu primeiro curta-metragem em uma oficina na Comunidade Monte Azul, zona sul de São Paulo (SP). Na noite de exibição do curta, em uma mostra na mesma favela, Beatriz ouviu o depoimento comovido da mãe da atriz-mirim do filme. E a partir daí, teve certeza de que seria cineasta. Ela estudou atuação para o cinema no Centro Sperimentale de Cinematografia, em Roma (Itália), começou uma faculdade de filosofia na USP e cursou o Intensivo de Cinema Digital de Férias da Academia Internacional de Cinema. Hoje, aos 26 anos, está bastante feliz em ver seu filme “decolar” para o mundo. “Minha expectativa é que bata asas e voe, inspirando a todos que tiver que inspirar”, declara. Saiba mais nesta entrevista com Beatriz.

 

QUANTO TEMPO LEVOU AS GRAVAÇÕES DE BOLLYWOOD DREAM? E COMO FOI TODO O PROCESSO DE PRODUÇÃO?

A primeira vez que fui morar na Índia, há oito anos, tive vontade de fazer um filme que unisse o nosso país ao deles. O roteiro, assim como é hoje, só começou a ser escrito no final de 2006, após vários amigos atores perguntarem como poderiam fazer para ir à India trabalhar em Bollywood. Entre eles, Lorena Lobato e Paula Braun, que atuam no filme, e com quem comecei a elaborar as primeiras ideias para o projeto. Depois encontramos nosso produtor indiano, Ram Devineni. As filmagens começaram em setembro de 2008 e consumiram doze semanas. Montagem, desenho de som e finalização levaram mais um ano, quando o filme ficou pronto para ser exibido na Mostra Internacional de São Paulo de 2009. O projeto todo demandou, aproximadamente, quatro anos e meio.

 

É VERDADE QUE O FILME FOI RODADO COM APENAS R$ 20 MIL?

Sim. Não tivemos patrocínio algum. Conseguimos apenas que os produtores indianos nos fornecessem infraestrutura, hospedagem e transporte em troca de 30% da renda líquida da produção. Um pouco do dinheiro emprestei no banco – a outra parte era de economias pessoais. Quando voltamos, precisamos de mais dinheiro para a montagem. Como não podia pagar muita coisa, troquei por porcentagem da bilheteria.

 

DE QUAIS MOSTRAS O FILME JÁ PARTICIPOU?

33ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (Official Competition); 15º Pusan International Film Festival (Official Selection 2010); 12º Festival Du Cinèma Brasilien de Paris 2010; Tokyo Dialogue of Cultures International Film Festival 2011; 2nd New Zealand´s Reel Brazil Film Festival 2010; CineAsie Film Festival in Montreal 2011; 15º Florianópolis Audiovisual Mercosul (ExtraFAM 2010); YES India Film Festival 2010; Chicago Music and Film International Film Festival 2011; e Festival de Verão de Porto Alegre 2011.

 

O QUE ACHOU DO INTENSIVO DE CINEMA DIGITAL DE FÉRIAS DA AIC?

Quem me falou sobre o curso foi Ram Devineni, nosso produtor indiano. Ele é um dos colaboradores da Academia Internacional de Cinema. Participei do intensivo de férias em julho de 2008 e me diverti muito. Chamei Pedro Sérgio Noizyman, designer de som e um dos professores da AIC, para trabalhar na mixagem do filme. Lembro, também, das excelentes aulas de Lu Bueno. Renata Maria, montadora do Bolly, fez o Curso Técnico de Cinema da AIC.

 

QUAIS SÃO SEUS NOVOS PROJETOS?

Estou trabalhando em dois roteiros novos de ficção. Um se chama Barqueiras Aires – Vou Te Contar um Segredo, co-produção com a Colômbia. O outro é O Sorriso de Marisol, co-produção com Angola e Portugal. Ambos são inspirados na biografia de duas amigas minhas. Fora isto, estou montado o documentário O Estado Poético do Mundo, sobre línguas em extinção e contadores de histórias andarilhos, com material filmado no Mali, Gâmbia, Senegal, Índia, Brasil Palestina e Israel. Em breve vou dirigir três episódios da série No Caminho da Escola, para o SescTV, na qual também escrevi os roteiros de 13 episódios. E estou trabalhando no roteiro do La Contadora de Peliculas para o Walter Salles.

 

QUE CONSELHO OU DICA VOCÊ DARIA A ESTUDANTES DE CINEMA OU DIRETORES INICIANTES?

Eu declamaria um poema de Goethe, que também foi passado a mim: “Em relação a todos os atos de iniciativa e de criação, há uma verdade fundamental, cujo desconhecimento mata inúmeras ideias e planos esplêndidos: é que, no momento em que nos comprometemos definitivamente com algo, a providência move-se também. Toda uma sorte de acontecimentos brota da decisão, fazendo surgir a nosso favor toda a sorte de incidentes, encontros e assistência que nenhum homem sonharia que viesse em sua direção. O que quer que você possa fazer ou sonhar, faça-o! Pois coragem contém genialidade, poder e magia em si! Comece agora.”

 

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MAIS INFORMAÇÕES:

 

Site do filme: www.bollywooddream.com.br

Site da AIC: www.aicinema.com.br

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