DOCUMENTÁRIO REFAZ A CRONOLOGIA DA EPIDEMIA DE AIDS NO BRASIL

Com direção de André Canto, ‘Carta Para Além dos Muros’ aborda a história da epidemia de Aids no Brasil, nos anos 80 e 90, até o preconceito que pessoas soropositivas ainda sofrem na sociedade

Em abril do próximo ano, estreia nos cinemas o documentário “Carta Para Além dos Muros”, que promete retratar a cronologia da epidemia de Aids no Brasil, através de um debate envolvente sobre a evolução do tratamento antirretroviral e os desafios que ainda são muitos em relação ao estigma e a discriminação que envolve o tema.

Com direção de André Canto, o filme integra o projeto Olhares – HIV e Aids no Brasil, que conta ainda com uma série para a televisão e um livro sobre o mesmo tema. A narrativa aborda desde o fato de que as novas gerações pensam que HIV é coisa do passado, até o fato de que mesmo com a evolução dos tratamentos antirretrovirais, que permitem às pessoas soropositivas uma vida praticamente normal sem nunca desenvolver Aids, ainda sim, existe muita discriminação e desinformação que cercam o assunto.

Através de entrevistas, o documentário aborda como esse preconceito, acaba trazendo consequências trágicas como o aumento da epidemia entre jovens e a discriminação flagrante de pessoas que vivem com HIV como se fossem párias dentro de sociedade, sujeitas a situações de vergonha e exclusão.

Produzido pela Canto Produções, o filme investiga o porquê da evolução no tratamento do HIV não vir acompanhada da mudança de mentalidade em relação à infecção.  Um dos depoimentos retratados no filme, da imunologista Márcia Rachid, resume bem este desafio: “Falar de HIV hoje tem o mesmo mistério de 35 anos atrás. Não pode!”.

Para o filme, o diretor entrevistou diversas pessoas que vivem com HIV, além de personalidades e especialistas do assunto. Entre alguns nomes, estão os ex- ministros da saúde José Serra e José Gomes Temporão, que realizaram um excelente trabalho tornando o Brasil uma referência em tratamento à epidemia em todo o mundo.

Além disso, os médicos Dráuzio Varella, Ricardo Tapajós, Ricardo Vasconcelos e Rosana Del Bianco; a apresentadora Marina Person e Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, também foram entrevistados. Para o diretor, o principal intuito do documentário é contribuir para uma mudança de mentalidade em relação ao preconceito com pessoas soropositivas.

“O filme não é um trabalho psicanalítico, nem um relatório informativo sobre o HIV e a AIDS. Ele se propõe a ser um estopim, para tocar algo que permanece inconsciente no espectador, para mobilizá-lo, para instigá-lo a uma reflexão importante e incontornável sobre o HIV em nossa sociedade, para provocar uma mudança de postura e perspectiva sobre a história da AIDS e sobre a realidade atual do HIV”, encerra Canto.

Assista ao trailer do documentário lançando em reflexo do dia 01 de dezembro- Dia Mundial de Luta contra a Aids em todo mundo.

https://www.youtube.com/watch?v=oILcyi-jBDg

 

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