Produzido e editado por Fernanda Schein em parceria com Joel Júnior, “Last Minute” focado no aborto leva ao público temática sobre relações conflituosas e o patriarcado, colecionando premiações, sendo três de melhor edição em Hollywood e na Itália.

Os cineastas brasileiros estão chegando cada vez mais longe. Com fortes criticas sociais, levantando o debate sobre o aborto, relações conflituosas e o patriarcado, o curta-metragem Last Minute foi produzido e editado pela rio-grandina Fernanda Schein e dirigido por Joel Júnior. Exibido em nove festivais pelo mundo, foi indicado a prêmios internacionais, levando para casa 28 vitórias, sendo três prêmios de melhor edição para Fernanda em Hollywood, Milão e Florença. 

Uma parceria de sucesso

Dirigido pelo brasiliense Joel Junior, Fernanda conta que ao receber o convite, não aceitou logo, mas a história foi o principal motivo que a fez mudar de ideia:  “Eu topei editar esse projeto com o Joel porque a história conversou muito comigo. No inicio, fiquei receosa de ler um roteiro sobre aborto escrito por um homem. Mas a perspectiva do Joel me surpreendeu”, afirma. 

O autor usou a visão masculina justamente para construir um antagonista bem conhecido do público feminino: O homem que apoia a sua parceira até o momento em que ela discorda dele. O filme é permeado por uma discussão entre um casal e de fato por trás do roteiro, essas discussões realmente existiram, transparecendo a veracidade no produto final. 

Sobre o parceiro de produção, Fernanda distribui elogios: “Ele criou essa estética e um estilo de escrita que se baseia na contestação de normas patriarcais. A gente enxerga isso em outros filmes dele e nesse não seria diferente. Não é um diretor que te dá uma resposta pronta, mas que instiga o pensamento da audiência”

Um dos pontos principais para Schein foi a postura de Joel em relação a equipe por trás da obra. “Ele se cercou de mulheres e ouviu atentamente nosso feedback. Depois que trocamos a primeira ideia sobre o roteiro, ele me convidou para produzir junto com ele, o que me passou muita confiança de que ele estava dando espaço para vozes femininas”.