Foi possível conferir a nova edição da mostra na plataforma Sesc Digital

Com títulos inéditos no Brasil, aconteceu a Mostra de Cinema Africanos

Online e gratuito, o evento reuniu longas e curtas produzidos no continente africano e destacou o cinema de gênero

Um evento que conquistou os cinéfilos, a Mostra de Cinemas Africanos foi criada em 2018 por Ana Camila Esteves (Brasil) e Beatriz Leal Riesco (Espanha). Desde então, exibiu mais de uma centena de curtas e longas que representam as diversas vertentes do cinema africano. Entre outras cidades brasileiras, o evento já passou por São Paulo (SP), Salvador (BA), Porto Alegre (RS), Aracaju (SE) e Poços de Caldas (MG), além de contar com três edições online, com filmes dirigidos por cineastas de todas as regiões do continente africano.

Entre os dias 1 e 10 de outubro, o público conferiu a nova edição da mostra na plataforma Sesc Digital. Foram 30 títulos de ficção e documentário oriundos de 16 países, sendo que a maioria dos títulos nunca foi exibida em nosso país. O ciclo online e gratuito apresentou 12 sessões (dez longas e dois programas de curtas), legendados em português, além de curso e catálogo digital.

Seleção variada

Como destaca Ana Camila Esteves (que divide a curadoria com Beatriz Leal Riesco), os gêneros cinematográficos africanos são comuns e bem particulares e não seguem a lógica de Hollywood. Ministrado por Jusciele Oliveira, um curso gratuito lançou luz sobre este tema.

Entre os destaques da programação estavam exemplos recentes do cinema de gênero da África do Sul, Nigéria e Uganda, e curtas dirigidos por mulheres, com uma mostra competitiva simultânea com o Benin e uma seleção de produções árabes do norte da África. O filme de abertura é Juju Stories (2021), do coletivo nigeriano Surreal 16, com três histórias de bruxaria dirigidas por C.J. Obasi, Abba Makama e Michael Omonua.”Em geral se vincula a ideia de cinema africano a filmes de arte ou político e sempre queremos quebrar esses estereótipos”, prossegue Ana Camila Esteves. Da África do Sul vêm o road movie feminista Flatland (2019), de Jenna Bass, e o policial ambientado no mundo do boxe Knuckle City (2019), de Jahmil X.T. Qubeka.

Representando o nicho de longas-metragens documentais, foram destacadas três obras ligadas à Argélia: Meu Primo Inglês (2019), de Karim Sayad, Rua do Saara, 143 (2019), de Hassen Ferhani, e O Último Refúgio (2021), de Ousmane Samassekou. Todos os filmes da mostra ficaram disponíveis apenas em território brasileiro e foram exibidos durante toda a semana do festival, com exceção de Edifício Gagarine (online por 24 horas) e Você Morrerá aos 20, com limite de 500 visualizações.

Programas de Curtas

Com curadorias compartilhadas com dois festivais, os programas de curtas expandem a abrangência dos núcleos de produção africana cobertos pela Mostra. O primeiro é fruto de parceria com a Mostra de Cinema Árabe Feminino (Brasil), que exibiu sete filmes com temáticas, gêneros e formatos diversos. A curadoria de Analu Bambirra e Ana Camila Esteves, abrangiu Sudão, Tunísia, Marrocos, Egito e Argélia.  

Já o segundo programa reuniu 13 títulos do Festival International des Films de Femmes de Cotonou 2021 (Benin), dirigido por Cornélia Glele. Produções de dez países africanos participaram desta primeira mostra competitiva da MCA, simultaneamente no Brasil e no Benin, com um júri brasileiro formado por Morgana Gama (BA), Bethânia Maia (DF) e Mariana Angelito (RJ).

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