12ª edição do Festival Internacional de Cinema Fantástico teve formato híbrido

Festival Internacional de Cinema Fantástico teve formato híbrido

Este ano, o Cinefantasy exibiu 119 produções e homenageou a atriz e cineasta Helena Ignez

Um dos filões mais interessantes e populares do cinema, o gênero Fantástico é bem representado no Brasil pelo Cinefantasy – Festival Internacional de Cinema Fantástico, que este ano teve uma programação superespecial. A iniciativa figura entre os maiores eventos voltados a esse tipo de cinema na América Latina.

Realizada entre os dias 9 a 19 de setembro, de forma híbrida – por meio da plataforma Innsaei.TV e sessões presenciais em Fortaleza, no Ceará (Cineteatro São Luiz) –, a 12ª edição exibiu 119 produções de 34 países. A grande homenageada foi a atriz e cineasta Helena Ignez, que recebeu o prêmio de público na 9ª edição do Cinefantasy, por Fakir.

Aliás, foi relembrada a trajetória de Helena no audiovisual – uma artista que contribuiu para o êxito de clássicos como O Bandido da Luz Vermelha e Copacabana mon Amour e realizadora de Luz nas Trevas – A Volta do Bandido da Luz Vermelha e A Moça do Calendário.

Obras imperdíveis

Dezesseis títulos foram exibidos na mostra de longas de ficção – obras produzidas na Alemanha, Argentina, Áustria, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Coreia do Sul, Costa Rica, El Salvador, Espanha, Etiópia, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Reino Unido, Rússia e Tailândia. A curadoria contou com Monica Trigo, presidente da FANTLATAM – Alianza Latinoamericana de Festivaldes de Cine Fantastico.

Durante o evento, o público pode conferir a première mundial de As Almas que Dançam no Escuro, dirigido por Marcos DeBrito; Jim Button e os 13 Selvagens, realizado por Dennis Gansel; Cadaver Exquisito, de  Lucía Vassallo; e Días de Luz (coprodução dos países da América Central com diretores do Panamá, Nicarágua, Costa Rica, Honduras, El Salvador, Guatemala; e o premiado Carro Rei, da pernambucana Renata Pinheiro, entre outras obras imperdíveis.

Curtas e documentários

Espectadores que apreciam curtas-metragens e documentários também tiveram uma vasta oferta de atrações nesta edição do Cinefantasy. No que se refere aos documentários, a programação ofereceu títulos de longa-metragem realizados em países como o Canadá, Espanha, Brasil e Índia, incluindo: Kalpavigyan: Uma Jornada Especulativa, de Arunava Gangopadhyay – o primeiro “doc” sobre a história de Bangla Kalpavigyan e sobre a ficção científica indiana; Nós Somos as Novas Quimeras, de Mathias Averty; o espanhol Arcadeologia, de Mario-Paul Martínez Fabre; e o canadense Paraíso Perverso, de Naddine Madell.

Os curtas vieram de mais de 20 países e estavam incluídos nas 13 mostras competitivas, que se dividiram por temática: Horror, Ficção Científica, Fantasteen, Fantasia, Estudante, Brasil Fantástico, Amador, Pequenos Fantásticos, Espanha Fantástica e Animação, além do pioneirismo mundial do gênero fantástico nas mostras Mulheres Fantásticas, Fantástica Diversidade e Fantastic Black Power. A América Latina também ganhou grande destaque entre os curtas selecionados, com um total de 44 títulos.

Representatividade feminina

Segundo Monica Trigo, o cinema fantástico é um gênero com potencial criativo, que permite viagens por territórios desconhecidos e inéditos, mas que também apresenta pautas atuais e necessárias. “Por isso, iniciamos a produção do festival trazendo o tema espinhoso do “Assédio no Cinema” para o centro de nossos debates”, afirma a diretora do festival. “Mas, no meio do caminho, o grupo Talibã voltou ao poder no Afeganistão e lançamos nosso olhar para as meninas e mulheres que podem perder seus direitos à educação, ao trabalho, à liberdade de circulação e à vida. Deixamos aqui o nosso grito pela segurança e contra todas as formas de discriminação e abuso. Nós não vamos nos silenciar sobre as violências”.

Os premiados receberam o troféu José Mojica Marins e o troféu João Acaiabe para a categoria Fantastic Black Power, e as produções brasileiras concorreram a vários prêmios de parceiros institucionais do festival. Além disso, os melhores filmes brasileiros de curta e longa-metragem foram indicados para o disputado Prêmio FANTLATAM, premiação internacional da Alianza Latinoamericana de Festivales de Cine Fantástico.

Complementaram essa edição diversas atividades paralelas, como workshops e debates. Houve, por exemplo, uma oficina sobre roteiro cinematográfico para curtas-metragens, coordenada por Carissa Vieira, e o debate Mulheres no Cinema + Representatividade, com Sinai Sganzerla, Kátia Coelho e Cristina Amaral e mediação de Julia Katharine. A 12ª edição ainda teve a exposição virtual Elas Estão Comigo, de Daniela Távora, realizada online no site oficial do festival, de 01 de setembro a 01 de dezembro.

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