Documentário “AUTODECLARADO” terá sessões especiais no 45o Festival Guarnicê de Cinema

Documentário “AUTODECLARADO” terá sessões especiais no Festival Guarnicê de Cinema

Filme discute colorismo e política de cotas raciais nas universidades, que completará 20 anos

Dirigido por Maurício Costa, o documentário AUTODECLARADO traz uma questão sempre em pauta no Brasil: a política de cotas raciais para o ingresso no ensino superior no país, que começou a ser utilizada em 2003, nos vestibulares da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e da UNEB (Universidade Estadual da Bahia). O longa será apresentado em sessões especiais no 45o Festival Guarnicê de Cinema, que acontece entre 23 e 30 de setembro, em São Luís do Maranhão.

“O Guarnicê é o festival certo para estreia de AUTODECLARADO. O papel pioneiro da Universidade Federal do Maranhão, a UFMA, na implementação das cotas nas universidades federais, a diversidade e a complexidade das relações raciais no Maranhão, e a tradição do Guarnicê fazem dessa estreia motivo de orgulho para toda a equipe do filme”, comenta o diretor.

Colorismo, racismo e identidade racial

Partindo do debate sobre a política de cotas e as acusações de fraudes na sua dinâmica de verificação, com pessoas brancas se passando por outras raças para conseguir uma vaga nas universidades, o filme discute não apenas a importância dessa política, nas últimas décadas, mas também como é o processo de verificação e suas possíveis falhas.

Luan Myque Figueira da Silva, Luciene Guimarães de Faria, Cristina Sousa, Bárbara Kruczyski, Janedson Almeida e Glaucielle Dias estão ao centro do documentário. Ao retratar as jornadas dessas pessoas, AUTODECLARADO discute os evidentes preconceitos e colorismo racial no país – onde essa dita “democracia racial” é apenas uma ilusão.

“A divisão interessa mais a quem é contra as cotas raciais do que a quem as defende. Como afirmou um de nossos entrevistados, temos de discutir a inclusão, em vez de discutir a exclusão.  Além disso, meu entendimento da experiência racial, no Brasil, mudou, e espero que o filme faça o mesmo para o público”, explica o cineasta.

Composição eclética

O projeto ainda conta com a participação de 25 entrevistados, incluindo lideranças históricas no movimento negro no Brasil, os criadores e redatores da regulamentação das comissões de verificação, reitores de universidades federais e privadas, acadêmicos, youtubers e influenciadores digitais negros, negras, pardos e pardas e, principalmente. 

Entre eles, Frei Davi (EDUCAFRO), Prof. José Vicente (Reitor da Universidade Zumbi dos Palmares), Benedito Gonçalves (Ministro do STJ), Spartakus Santiago e Winnie Bueno (ambos influenciadores negros de grande alcance entre o público-alvo do filme), Natalino Salgado (Reitor da UFMA), e Demétrio Magnoli (sociólogo e jornalista).

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