Racismo nos EUA é tema de bons documentários
Entre os títulos que abordam o assunto encontrados no Curta!On estão Ku Klux Klan – Uma História Americana e Libertem Angela Davis
Embora a Ku Klux Klan seja mundialmente reconhecida como um símbolo de racismo e intolerância, pouca gente, mesmo nos EUA, conhece a fundo o passado da organização, que se confunde com a trajetória do próprio país. Esta história é contada no documentário Ku Klux Klan — Uma História Americana, realizado pelo cineasta francês David Korn-Brzoza (de O Último Ano de Hitler). Disponível com exclusividade no Curta!On – o novo clube de documentários do NOW, plataforma da Claro NET –, o filme tem duas horas de duração e é dividido em dois episódios.
No documentário, Korn-Brzoza revela que a organização foi dissolvida e reconstruída várias vezes ao longo das décadas, e que suas origens remontam aos tempos da Guerra Civil americana. Durante todo esse tempo, também teve uma participação muito efetiva na política dos EUA, chegando a eleger governadores, deputados e senadores. Ou seja: a história da Ku Klux Klan vai muito além de seus atos violentos.
Retaliação
A produção dirigida por David Korn-Brzoza também revela alguns fatos incômodos sobre a influência da Klan na construção da mais próspera nação ocidental. Por exemplo, o presidente Harry Truman, conhecido pelo Plano Marshall, foi filiado à KKK antes de chegar à Casa Branca. A primeira parte do documentário mostra o surgimento da organização na cidade de Pulaski, no Tennessee.
A Klan foi criada por um grupo de veteranos confederados de ascendência escocesa, que se reuniam para beber e pregar peças em escravos recém-libertos pela abolição. A intimidação aos negros, principalmente os que votavam ou tinham empregos dignos, foi se tornando cada vez mais violenta, levando a assassinatos e linchamentos.
A produção apresenta um retrato bem abrangente e multifacetado da organização por meio de depoimentos de professores, cientistas políticos e até de um ex-integrante da Ku Klux Klan. Desse modo, revela como é o funcionamento interno da organização e como esta chegou a desfrutar de status na sociedade na década de 1920, além de curiosidades como a convocação do Super-Homem para lutar contra o grupo.
Nas décadas de 1950 e 60, em retaliação ao movimento pelos direitos civis dos negros, integrantes da KKK cometeram crimes que chocaram a opinião pública e, ironicamente, pressionaram Washington a promover mudanças, como o direito ao voto para afro-americanos.
Para saber mais
Lembrando que, para quem se interessa pelo assunto, há outros títulos parecidos disponíveis no acervo do Curta!On. Um deles é a minissérie em quatro episódios O Movimento Negro nos EUA desde Martin Luther King, dirigida por Leah Williams, Leslie Asako Gladsjo, Sabin Streeter e Talleah Bridges McMahono.
A produção faz uma retrospectiva das últimas cinco décadas da história afro-americana, mapeando a luta do Movimento Negro e levantando os obstáculos ainda a serem vencidos. Junto a estudiosos especializados, celebridades e um elenco dinâmico de pessoas que moldaram estes anos, Gates embarca numa viagem desde as vitórias do Movimento dos Direitos Civis até os dias de hoje.
Já Libertem Angela Davis, de Shola Lynch, homenageia a professora de filosofia que se destacou por seu engajamento em defesa dos direitos humanos, especialmente das mulheres e dos negros, e que foi presa em 1970, enquanto defendia três prisioneiros negros. Na época, foi realizada uma grande campanha por sua libertação, apoiada por personalidades como John Lennon e os Rolling Stones.
