Realizado por Shahrbanoo Sadat

Drama afegão “O Orfanato” fez a estreia no Brasil

Obra é a segunda parte de uma pentalogia idealizada pela cineasta Shahrbanoo Sadat

Fotos Virginie Surdej

Distribuído no Brasil pela Supo Mungam Films, o drama afegão O Orfanato, realizado por Shahrbanoo Sadat, é a segunda parte de uma pentalogia idealizada pela diretora, iniciada com Lobo e Ovelha e inspirada no diário não publicado de Anwar Hashimi, que interpreta o supervisor do orfanato. No longa-metragem, Shahrbanoo Sadat explora de forma sensível o mundo interior do protagonista e o turbulento clima político do Afeganistão na década de 1980.

Além de cineasta, Shahrbanoo Sadat é escritora. Ela estudou no Atelier Varan Kabul e fez seu primeiro longa na residência Cinéfondation do Festival de Cannes, em 2010. O filme ganhou o prêmio principal na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes em 2016.

Bollywood

O personagem central de O Orfanato é Qodrat, jovem de 15 anos, fã do cinema produzido por Bollywood, que mora nas ruas de Cabul. Ele vende ingressos de cinema ilegalmente e sonha acordado em algumas de suas cenas favoritas dos filmes indianos. Um dia, o jovem é levado pela polícia para o orfanato soviético. Porém, em Cabul, a situação política está mudando, e Qodrat e todas as crianças querem defender sua casa.

Além de Cannes, o filme teve passagens por outros festivais importantes, como o de Munique, Bruxelas, Sarajevo, Chicago, Londres e Busan. A obra foi laureada com o Arau de Ouro de Melhor Filme no Festival de Reyjavik. Entre o realismo e cenas inspiradas no estilo musical de Bollywood, a diretora Sadat (a mais jovem selecionada para a residência da Cinéfondation do Festival de Cannes) apresenta, em seu filme, uma fábula sobre o amadurecimento, que também relembra a história recente do Afeganistão.

“Sua história me levou a uma jornada pela historia do país nos últimos 40 anos, do ponto de vista inocente de um órfão”, afirmou a cineasta. “Ele era uma criança presa a uma guerra que não era sua. É exatamente o que sinto vivendo hoje no Afeganistão. O orfanato é um dos poucos lugares em todo o país onde todos vivem juntos, não importa a religião ou etnia”.

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