O longa alagoano Cavalo estreia na Mostra de Cinema de Tiradentes

Entre a ficção e o documental, “Cavalo” estreia na Mostra de Cinema de Tiradentes

Filme dos diretores Rafhael Barbosa e Werner Salles Bagetti é o primeiro longa fomentado por um edital público em Alagoas e propõe um “mergulho no inconsciente”

Dirigido por Rafhael Barbosa (O que Lembro,Tenho) e Werner Salles Bagetti (Exu – Além do Bem e do Mal), o longa Cavalo usa uma linguagem híbrida entre o ficcional e o documental para discutir um tema interessante: a memória da ancestralidade no corpo. A obra também é produto de cinco anos de pesquisa e desenvolvimento – e o público poderá conferi-la em primeira mão durante a 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que acontece entre os dias 24 de janeiro e 1 de fevereiro.

O elenco conta com nomes como Alexandrea Constantino, Evez Roc, Joelma Ferreira, Leide Serafim Olodum, Leonardo Doullennerr, Roberto Maxwell e Sara de Oliveira, selecionados a partir de um teste de elenco e que mergulharam em intensa preparação antes de atuarem na produção (uma imersão artística que é mostrada no filme). As personagens foram provocadas a construir performances inspiradas pelo arquétipo do cavalo e suas muitas simbologias.  

Selecionado entre 178 longas-metragens inscritos, Cavalo integrará a Mostra Temática, em diálogo com o tema central desta edição, que é “A imaginação como potência”. A exibição da obra acontecerá no dia 01 de fevereiro.

Quilombo dos Palmares

“Desde Exu, temos desenvolvido um projeto artístico que se relaciona com os arquétipos dos orixás e das entidades”, diz Rafhael Barbosa. “Uma pesquisa de oito anos que influenciou a concepção do nosso primeiro longa. Também estávamos estudando a história do Quilombo dos Palmares, uma das maiores narrativas de resistência do mundo, quando entendemos que seria instigante investigar os ecos desse passado no contemporâneo. A ancestralidade foi o caminho encontrado para expressar essa busca”.

Werner Salles acredita que o longa também é um mergulho nas possibilidades do inconsciente – uma metáfora do corpo, da força e da psique. “O filme dialoga diretamente com essas questões. A intuição foi o guia, não só nas performances das personagens, mas desde a concepção até a montagem final. Somos todos cavalos nesse processo”, enfatiza o cineasta.

Cinema de poesia

Sem uma narrativa tradicional, Cavalo aposta no que os realizadores definem como um “cinema de poesia” – sem, no entanto, ser um trabalho hermético. “O filme almeja se conectar com o público por meio da sensibilidade”, afirma Rafhael. “Em um momento no qual a intolerância religiosa e os diversos preconceitos avançam de maneira preocupante no país, Cavalo é um grito poético que deve reverberar.

O projeto foi contemplado no Prêmio Guilherme Rogato, da Prefeitura de Maceió, e sua realização contou com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual – FSA. Este é o primeiro longa-metragem fomentado por um edital público em Alagoas e, por isso, constitui um marco na política cultural do estado.

Serviço:

Lançamento do longa-metragem Cavalo na 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes

Cine Teatro (Tiradentes – MG), sábado, às 15h

Entrada franca

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