FEMINISMO EM ALTA

Mulheres ganham cada vez mais espaço no cinema e na TV

Diversas produções realizadas para o cinema e a televisão têm exaltado o poder da mulher, incluindo X-Men – Fênix Negra, no qual Sophie Turner interpreta a heroína Jean Grey. O protagonismo feminino também se faz notar em projetos elaborados pela Roteiraria: de 13 trabalhos em desenvolvimento com a colaboração de alunos, 11 (dez séries e um filme) têm mulheres nos papeis principais. Na Roteiraria Escola, as salas de aula têm um contingente feminino predominante: 50,3% dos alunos são mulheres e 49,7% são homens.

Na vida real, protagonistas atuam individualmente ou em grupo. É o caso de um coletivo criado pela produtora Conspiração, o Hysteria, cujo nome vem de “Hystera”, ou “Hysteros” (“útero” em grego). E em 2018, o Ministério da Cultura (MinC) anunciou o primeiro conjunto de editais do programa #AudiovisualGeraFuturo, que tem, entre seus objetivos, “ampliar a participação no mercado de novos talentos e de realizadores negros, mulheres e indígenas”.  

As cotas de gênero e raça foram adotadas após divulgação do estudo feito pela Agência Nacional do Cinema (Ancine) com base nos 142 longas-metragens brasileiros lançados nas salas do país em 2016. Segundo o estudo, apenas 19,7% desse montante foram dirigidos por mulheres brancas. Na questão racial, o cenário segue profundamente desigual: homens negros assumiram 2,1% da produção executiva enquanto mulheres negras não assinaram nenhuma produção sozinhas, participando apenas de equipes mistas. Nas obras incentivadas com recursos federais, apenas 21% tinham mulheres na direção e 28%, no roteiro.  

No mercado publicitário, a discrepância também é evidente, mas, como mostra uma pesquisa do Meio & Mensagem sobre o tema, ainda que lentamente, cresceu o número de mulheres nas áreas de criação das grandes agências brasileiras. Atualmente, as mulheres correspondem a 26% do total de profissionais da área, considerando vice-presidentes, diretores de criação, redatores e diretores de arte. Em 2015, esse número era de 20%. No final de 2015, havia quatro agências com mais de 30% de mulheres na criação; agora são dez. Nas funções de liderança, a presença de mulheres era de 6% e subiu para 14%. E, de acordo com a consultoria de comunicação com as mulheres 65/10 (meia cinco dez), 65% das mulheres não se identificam com a maneira como são retratadas e apenas 10% dos criativos nas agências são mulheres.


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