Oficina Cinema Negro em Ação é ministrada por Camila de Moraes
Atividade gratuita e online, realizada em agosto, visa identificar os profissionais negros brasileiros que atuaram e atuam no audiovisual
Estão abertas as inscrições para a primeira turma da oficina Cinema Negro em Ação, do projeto de capacitação profissional “Revelando o Rio Grande”. O workshop tem o objetivo de identificar os profissionais negros brasileiros que atuaram – e atuam – em nosso setor audiovisual, nas mais diversas áreas do processo de realização cinematográfica.
O curso também pretende incentivar a formação de mais pessoas negras atuantes nesse setor. Os encontros são realizados virtualmente pela plataforma Zoom, entre os dias 1 e 12 de agosto, das 9h às 12h, de segunda a sexta-feira. A atividade é ministrada pela cineasta e jornalista Camila de Moraes.
Papel histórico
Jornalista e cineasta, Camila dirigiu o documentário de longa-metragem O Caso do Homem Errado, que aborda a questão do genocídio da juventude negra no Brasil. Aclamado, o filme integrou a lista de pré-selecionados pelo Ministério da Cultura para representar o Brasil e concorrer ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2019. A ministrante também assina a direção dos curtas-metragens Mãe Solo, realizado durante a pandemia, e A Escrita do Seu Corpo, que versa sobre a questão de identidade racial e de gênero por meio da poesia.
Além disso, desenvolveu o roteiro do documentário Beije sua Preta em Praça Pública (2021), dirigiu e co-roterizou o piloto da série de ficção Nós Somos Pares, focada nas vidas de seis mulheres negras e suas relações de amizade e amores (2020), e produziu e co-roterizou o documentário Mãe de Gay (2008), vencedor de dois Galgos de Ouro no Festival Universitário de Gramado.
Camila também fez a produção do curta-metragem de ficção Marcelina – Com os Olhos que a Terra há de Comer, de Alison Almeida, e a assistência de produção do documentário Poesia Azeviche, de Ailton Pinheiro. Segundo Zeca Brito, diretor do Iecine, a diretora tem um papel histórico na trajetória do cinema gaúcho. “Seu trabalho à frente da curadoria do Festival Cinema Negro em Ação tem revelado diversos talentos do audiovisual brasileiro”, acrescenta Brito.
O programa da oficina incluirá tópicos como: “O olhar negro por trás das câmeras”, “Construindo narrativas negras”, “Nos embalos da musicalidade dos videoclipes negros”, “O registro de memórias negras por meio do documentário”, “A arte da ficção na cinematografia negra”, “Festivais negros no território brasileiro” e “Plataformas de streaming com conteúdos negros”.