Captado no Brasil, na Argentina e no Paraguai, Trinta Povos fala sobre nações separadas por águas, mas culturalmente unidas

Do premiado diretor e roteirista Zeca Brito (autor de curtas como Aos Pés e de longas-metragens como O Guri, Glauco do Brasil e o recente Legalidade), o documentário Trinta Povos fez sua estreia no Canal Curta!.

Com duração de 78 minutos, a obra reúne e contrapõe depoimentos de nativos e pesquisadores sobre arte, religião e política territorial, entre outros temas. O filme oferece um viés crítico sobre a história e levanta questões relativas à ocupação territorial iniciada em 1606, com a chegada dos jesuítas.  

Pesquisa

Gravado no Rio Grande do Sul e em cidades da Argentina e do Paraguai em 2019, Trinta Povos tem roteiro, direção de Brito (este é o sétimo filme do cineasta). A produção é da Anti Filmes e Boulevard Filmes. Realizado a partir de um amplo processo de pesquisa, o documentário analisa três países separados por águas e linhas imaginárias, mas unidos pela cultura e por uma história comum: um passado jesuítico, barroco e guarani. Também assinam a produção Frederico Ruas, Letícia Friedrich, Lourenço Sant’Anna, e Zuleika Borges Torrealba (1933-2019).

“A proposta de Trinta Povos é a de resgatar o legado artístico, arquitetônico, pictórico e simbólico do processo de colonização jesuítico-guaraní”, declara o diretor. Ainda segundo Brito, um dos grandes desafios da produção foi costurar uma história fragmentada geopoliticamente, um passado comum entre três países que, hoje, se encontram separados, divididos por questões distintas, mas com elementos culturais que os conectam.

O “doc”, que teve sua première no Festival de Cine de Punta del Este (realizado em fevereiro, no Uruguai), foi financiado pelo Fundo Setorial do Audiovisual através da ANCINE e BRDE.