EXPOSIÇÃO COLOCA EM PAUTA ESTEREÓTIPOS FEMININOS

A mostra sugere uma reflexão sobre os estereótipos a partir da brincadeira com bonecas

Com o propósito de questionar os estereótipos femininos, Júnia Azevedo apresenta sua exposição intitulada: “Quarto de Hipólita”, que está em cartaz no Espaço Cultural Niterói, no Rio de Janeiro, até o dia 8 de setembro.

Segundo a organização do evento, a exposição tem a proposta é trazer à tona reflexões e questionamentos do tipo: por que a representação do feminino está associada à fragilidade e delicadeza? Como se constroem esses estereótipos no indivíduo? Quais mensagens passamos à criança ao entregar em suas mãos uma boneca Barbie ou um tanque de guerra? Como teria sido a criação de Hipólita, a mítica rainha amazona, lendária por sua força e valentia nas guerras da antiguidade grega?

Na mostra, bonecas do tipo Barbie modificadas enfrentam situações dramáticas, duras e cruéis, bem longe do mundo de fantasia proposto pela indústria de consumo. Serão exibidas cerca de 30 obras, entre objetos, fotos e vídeos, que refletem sobre beleza, moda, comportamento, consumismo, entre outros temas, que propõem um “desprincesamento” da menina. “Não se trata de uma proposta de brinquedos para as crianças, mas de uma reflexão sobre a construção do imaginário feminino por meio das brincadeiras infantis”, explica a artista.

Já para a curadora da exposição, Lia do Rio, a exposição é um verdadeiro convite à reflexão. “Júnia nos transporta a um universo onde o lúdico e a ficção se fundem, permeados de símbolos e lembranças de infância. As bonecas nos convidam a entrar num estranho jogo entre o real e o imaginário”, explica.

Vale ressaltar ainda que, o trabalho artístico na mostra é um desdobramento do livro O Ser-se, lançado por Júnia em 2014. O romance aborda a reconstrução da identidade de uma mulher impulsionada pelo processo de psicanálise após uma crise existencial. As reflexões do livro ganharam corpo por meio da intervenção em bonecas e, desde 2015, elas vêm sendo registradas pelo fotógrafo Diogo Calil.

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