Fotógrafa conta a sua experiência com a fotografia e da dicas

Fotógrafa com olhar apurado

Um bate-papo com a fotógrafa Tainá Rodrigues que conta a sua experiência com a fotografia e o que é fundamental para fazer uma imagem incrível

O Brasil é um País muito fotogênico, e alguns dos talentosos profissionais que colaboram com a Shutterstock eternizaram nossas belezas naturais por meio de imagens que comprovam a importância de zelarmos pela manutenção deste cenário único. Parte desse time seleto de colaboradores, a fotógrafa Tainá de Castro Rodrigues conversou com nossa reportagem e relembrou os principais momentos de sua carreira, além de dar a fotógrafos e fotógrafas iniciantes boas dicas que poderão aprimorar seus trabalhos.

Quando e como surgiu o seu interesse por fotografia? E de que forma você iniciou a sua carreira?

Eu sempre fui muito ligada à fotografia. Gostava, e ainda gosto, de ver o trabalho de fotógrafos de Natureza. Ficava vendo aquelas fotos incríveis em lugares inóspitos e me imaginando fazendo o mesmo. Eu comecei fotografando minhas próprias viagens para lugares em que as pessoas não vão, como América Central e Leste Europeu. E, na época, postava minhas fotos no flickr.

Em sua opinião, o que conta mais na carreira de um fotógrafo: a sensibilidade do olhar ou uma sólida formação técnica?

A formação técnica é muito importante, principalmente quando você está começando. Saber os enquadramentos, a iluminação, entender a melhor forma de utilizar tudo o que você tem na cena a seu favor na hora de fazer a foto é fundamental. Mas o turning point sempre será o quão apurado é o olhar do fotógrafo, o quão impactante é a história que ele quer contar e como ele quer contar. Evidentemente esse olhar vai ganhando mais sensibilidade com o tempo e a prática, mas é muito importante exercitá-lo em cada saidinha de casa.

A evolução dos equipamentos pôs uma série de ferramentas úteis ao alcance dos fotógrafos, mas sempre há alguns “truques” e “manhas” que fazer uma grande diferença na hora de conseguir boas fotos. Quais são os truques e manhas que já renderam a você imagens e incríveis?

O principal truque, e nem sei se posso chamar assim, é ter paciência. Com a evolução da tecnologia, tudo ficou mais rápido e instantâneo, mas encontrar o ângulo, o enquadramento, a luz e o assunto no momento ideal é algo que pode demorar alguns minutos, ou até mesmo horas. Outro ponto bacana é buscar ângulos fora do tradicional ângulo de visão do ser humano. Tirar fotos abaixado, com a câmera mirando para cima, ou fotos de cima, mirando 90º para baixo.

Quais os lugares mais fotogênicos que você já visitou? E que características fazem desses lugares bons temas para fotos?

A Amazônia é muito fotogênica, mas, ao mesmo tempo, é um baita desafio fazer fotos incríveis no meio da floresta. A mistura de animais que dificilmente são encontrados em outros lugares, a imensidão da floresta e o gigantismo dos rios tornam essa região única. Também existem regiões únicas na América do Sul, como o Deserto do Atacama e o SalarUyuni, que são verdadeiras joias para os fotógrafos, com uma luz incrível para trabalhar o ano todo, praticamente.

Existe alguma foto ou projeto que você considere um marco em sua carreira? Em caso afirmativo, poderia nos falar sobre esse trabalho?

A minha primeira grande foto, à qual olhei e falei: “caramba, que foto linda” foi da ponte Estaiada, em São Paulo, durante a noite. Era sua inauguração e ela estava iluminada com luzes coloridas. O resultado ficou muito bonito. O engraçado é que a oportunidade surgiu do nada. Eu estava hospedada em um hotel de frente para a ponte, para um outro trabalho que não tinha a ver com fotografia. Sem querer, olhei pela janela do meu quarto e disse: “Uau! É agora”! É até engraçado, pois o cimento dessas grandes obras urbanas contrasta com as fotos de Natureza que normalmente faço hoje em dia. Mas foi um marco, porque depois consegui vendê-la para alguns projetos e a vi rodar por aí.

Que equipamentos e utensílios não podem faltar em seu material de trabalho? Quais são as ferramentas que você sempre leva consigo em suas viagens?

Câmera, celular, drone e um tripé nunca saem da mala.

Quando se fala em registros de Natureza, os lugares mais lembrados sempre são a Amazônia, o Pantanal etc. Que outros lugares do País você recomendaria a fotógrafos que queiram registrar imagens incríveis?

O Jalapão, por ser uma paisagem exuberante e muito bruta. O litoral oeste do Ceará, antes de chegar a Jericoacoara. A Chapada dos Veadeiros, por ter uma infinidade de lugares incríveis, e muitos ainda pouco conhecidos, como a Bocaina do Farias.

Há algum filtro, lente ou qualquer outro acessório que você recomende às pessoas interessadas em fotografar a Natureza? Em caso afirmativo, o que essas ferramentas podem agregar de positivo às imagens?

Acredito que um tripé é essencial para fotos na Natureza. Mais do que uma supercâmera, com uma superlente, o tripé te dá estabilidade para você registrar sem pensar em uma superfície plana para apoiar em fotos noturnas, por exemplo. Também aguenta o tranco da câmera em situações adversas, como com ventos fortes e chuvas.

Em uma foto de Natureza, que elemento é mais importante: o ângulo, a luz, o enquadramento ou o tema em si?

Muito de tudo isso (risos)! Brincadeiras a parte, acredito que, com um tema bom e claro, é possível fazer uma foto bacana. Evidentemente não dá para desprezar os outros elementos. A partir de um tema bacana, conseguimos equalizar as coisas mais fáceis e produzir registros bacanas, que façam as pessoas se imaginarem naquele local.

Há algum lugar que você sonhe fotografar, seja aqui no Brasil ou em qualquer outra parte do mundo?

Tenho muita vontade de fotografar comunidades indígenas na Amazônia, pela beleza do lugar e dos índios, mas, acima de tudo, pela importância de valorizar a sabedoria de nossas comunidades tradicionais e ajudá-las na propagação de sua mensagem de cuidado e preservação com a nossa mãe terra.

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