Este ano realizada online, Mostra de Cinema de Ouro Preto terá uma programação diversificada e uma boa oferta de debates e masterclasses

Com uma programação bastante diversificada, a 15ª CineOP acontece entre 03 e 07 de setembro em ambiente digital (por conta da pandemia de Covid-19). Além da ampla oferta em títulos e dos debates e masterclasses realizados durante o evento, a edição deste ano estimulará a reflexão sobre vários tópicos relevantes para a cultura do País, como a TV, que sempre desempenhou um papel marcante em nossa história.

O tema será trazido à baila já na abertura da 15ª CineOP, no dia 03 de setembro, por meio de um debate inaugural que reunirá Ailton Krenak (liderança indígena, escritor e filósofo, destaque da Temática Educação) e Tadeu Jungle (cineasta, artista e poeta). Serão abordados os 70 anos da TV brasileira, assim como o fenômeno da multiplicação das telas e os desafios de garantir espaço efetivo e produtivo para o nosso audiovisual em tempos tão transformadores. 

O assunto também irá repercutir em outras mesas da mostra, como “TV, Rádio e Vídeo na Educação”, promovida na Temática Educação com a presença de Marília Franco (professora), Marcus Tavares (gerente de formação/TV ESCOLA) e Renata Tupinambá (Rádio Yandê), sob mediação de Esther Hamburger (professora e pesquisadora/USP). Nesse encontro, serão abordados o papel do acesso público à comunicação como direito fundamental e sua implementação como prática pedagógica relevante para a garantia da cidadania e democratização da sociedade.

• 

• 

Programações temáticas

História, contemporaneidade e preservação também serão tópicos que ganharão relevância no Festival, por meio de programações específicas de filmes. Com curadoria de Francis Vogner dos Reis, a Mostra Histórica apresentará obras fundamentais de memória na produção audiovisual, incluindo Os Arara (Andrea Tonacci, 1980) e Wilsinho Galileia (João Batista de Andrade, 1978), assim como os média-metragens A Luta do Povo (Renato Tapajós, 1980) e Olho de Gato Perdido (Vitor Graize, 2009).

Com a mesma curadoria, a Mostra Contemporânea contará com títulos em pré-estreias como o documentário Cadê Edson?, de Dácia Ibiapina, e O Filme da Minha Vida, de Alvarina Souza Silva, no qual a diretora mescla sua história pessoal com a atual situação de crise pela qual passa a produção brasileira de cinema. Sem esquecer Banquete Coutinho, de Josafá Veloso (sobre o grande documentarista Eduardo Coutinho), Seres, Coisas, Lugares, de Suzana Macedo (que parte da literatura de Guimarães Rosa para encontrar suas inspirações) e Helen, de André Meirelles Collazzo, que mostra a realidade de uma garota de nove anos que vive em um cortiço. Ainda na Mostra Contemporânea, vale a pena conferir o documentário José Aparecido de Oliveira – O Maior Mineiro do Mundo, de Mário Lúcio Brandão e Gustavo Brandão, e Dorivando Savará, O Preto que Virou Mar, de Henrique Dantas.

Um dos filmes nacionais mais representativos da década de 1980, o clássico Pixote – A Lei do Mais Fraco (Hector Babenco, 1981) está na Mostra Preservação, assim como o documentário Fotografação, de Lauro Escorel, e a Sessão ABPA, que reúne cinco títulos.

Adriana Fresquet e Clarisse Alvarenga são as curadoras da Mostra Educação, na qual 37 curtas produzidos em contexto educacional por estudantes, professores ou cineastas serão exibidos em duas sessões (seguidas de debates que contarão com as participações de profissionais de cinema educação).

Outro destaque desta edição serão os filmes do projeto Nehemongueta Kunhã Mbaraete. Trata-se de uma troca de vídeo-cartas entre Graciela Guarani, Patrícia Ferreira Pará Yxapy, Michele Kaiowá e Sophia Pinheiro, três mulheres indígenas e uma não indígena, sob diferentes perspectivas do isolamento social. O trabalho resultou no conjunto de filmes que estará na CineOP e que reflete as vidas nas aldeias e como mulheres, mães, educadoras e cineastas têm sido atravessadas pelas questões de saúde, cuidado e cura durante a pandemia.

• 

• 

Masterclasses e oficinas

Cinco convidados internacionais apresentarão masterclasses durante a Mostra: Carlos Skliar (investigador principal do Instituto de Investigaciones Sociales de América Latina, Argentina), Christophe Dupin (administrador sênior da Federação Internacional de Arquivos de Filmes – FIAF, Bélgica), Tiago Baptista (diretor do Arquivo Nacional das Imagens em Movimento, Centro de Conservação da Cinemateca Portuguesa e Museu do Cinema, Portugal), Paula Félix Didier (diretora do Museo del Cine Pablo Ducros Hicken, Argentina) e Inés Dussel (pesquisadora e professora do Departamento de Investigaciones Educativas DIE-CINVESTAV, México).

Já as oficinas, com capacidade de 140 vagas (preenchidas por ordem de inscrição), serão online e terão os seguintes temas: “Como educar as crianças no mundo das telas?”, com Igor Amin (educador audiovisual, artista transmídia e diretor); “Realização Audiovisual para Web”, com Sérgio Rossini (cineasta, documentarista, diretor de produção e de séries de TV); “A Criação de Mundos em Roteiros Audiovisuais para Multiplataforma”, com Gustavo Padovani (roteirista, consultor e professor universitário); e “Planejamento de Produção de Séries”, com Mariana Brasil (produtora e consultora).

Serviço

Mais informações: www.cineop.com.br