4K PARA QUÊ?

Só o tempo dirá se o público consumidor abraçará de vez as vantagens do Ultra HD

Texto: Emerson Calvente
Imagens: Divulgação

Temos apontado as principais razões que ainda limitam a adoção do formato 4K por parte dos espectadores (o preço dos aparelhos de TV Ultra HD não é o único motivo). E deve-se ressaltar: estamos falando da adoção pelos consumidores, não pelos realizadores. Estes últimos já têm bons motivos para gravar em 4K. Esperamos que, em breve, tais problemas possam ser solucionados. E que todos possamos aproveitar ao máximo os benefícios dessa tecnologia.

Onde está o conteúdo em 4K?

Sabemos que, em segmentos nos quais há as maiores verbas, como cinema, TV ou publicidade, a gravação em 4K (ou em resoluções superiores, até 8K) é comum já há alguns anos. O que não é comum é a distribuição e exibição de material em 4K, ou seja: a entrega de conteúdos neste formato ao espectador.
Isto é uma realidade, principalmente, no Brasil: há pouquíssimo conteúdo em 4K disponível por aqui. Nos EUA, a oferta de conteúdo em 4K, logicamente, é maior. Porém, ainda é modesta. Lá, é possível assinar serviços de provedores de conteúdo como a Netflix, Amazon Instant Video, Hulu e Ultraflix, entre outros. No Brasil, a Netflix oferece o plano Premium, que permite acesso ao conteúdo Ultra HD (se disponível).
Para quem pretende comprar uma TV Ultra HD, a principal pergunta a ser feita é: onde está o conteúdo em 4K? E, como falamos anteriormente, o custo dos aparelhos compatíveis com o formato, no Brasil, ainda é muito alto para a maioria da população (embora os preços estejam caindo).

Ultra HD blu-ray

Atualmente, a Internet é o principal meio de entrega de conteúdo em 4K. E, aí, temos dois problemas (pelo menos, no Brasil): a qualidade da conexão e o alto custo da banda larga. No que se refere à qualidade, sabemos que não é raro as operadoras entregarem uma conexão com velocidade inferior à contratada pelo consumidor.
Para que seja possível a transmissão de conteúdo em 4K em tempo-real (streaming em tempo real), considera-se que a velocidade de conexão mínima necessária seja de 15Mbps estável. Atualmente, calcula-se que apenas 0,5% das conexões no Brasil estejam preparadas para 4K.
Há, ainda, outras considerações a respeito das dificuldades que o consumidor brasileiro encontra ao tentar assistir a conteúdos em 4K (as quais serão discutidas em artigos futuros). Por enquanto, cabe fazer algumas ressalvas importantes – a começar do fato de que este quadro tende a mudar rapidamente. Afinal, além da queda de preços dos aparelhos compatíveis, nota-se um aumento na oferta de conteúdo em 4K (principalmente por streaming).


Mas precisamos considerar que nem toda evolução tecnológica é bem recebida pelos consumidores. O disco Blu-ray e a TV 3D são exemplos recentes de tecnologias que não fizeram grande sucesso junto a este público. Embora a resolução 4K seja quatro vezes maior que a do HD, será que, aos olhos do consumidor, ela é quatro vezes melhor?
A diferença entre o SD e o HD foi facilmente notada. Mas será que o mesmo acontecerá com o 4K? Em parte por esses motivos, em parte por razões econômicas, muitos realizadores com menores verbas consideram que a gravação em 4K, até o momento, não se justifica.

Benefícios imediatos

Se a distribuição e exibição em 4K será um sucesso ou não – e se isto acontecerá em breve ou ao longo de anos – é algo que ainda não podemos precisar. Porém, isso não nos impede de gravar em 4K desde já, pois, certamente há benefícios imediatos.
Para os realizadores, um dos grandes benefícios em gravar em 4K é produzir vídeos melhores em 2K (HD). No passado, quando o HD ainda era uma novidade, gravar em alta definição e finalizar em SD resultava em vídeos com qualidade visual superior. Filmar em 35mm ou 16mm e finalizar em HD também produz resultados melhores.
Em resumo: a qualidade final do vídeo 2K (HD) será melhor se ele for gravado em 4K (Ultra HD), e não em 2K (HD). Trata-se do processo de downscale.

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