ÁUDIO NAS DSLRS
Maioria dos modelos deixa a desejar no que se refere ao registro do som. A dica, então, é recorrer a soluções que permitam “driblar” o problema
Texto: Luiz Carlos Lucena
Imagens: Divulgação
Hoje, as câmeras digitais DSLRs dominam a produção independente de documentários e curtas-metragens, graças às suas facilidades de operação e amplitude dos recursos que oferecem. Não são indicadas para produções mais longas pelas limitações que ainda impõem em termos de operação, principalmente quanto ao tempo de filmagem de cada take.
Acessórios de todos os tipos são oferecidos para facilitar no manuseio dessas câmeras: tripés que se movimentam, gruas leves, steadycans… Mas os fabricantes ainda não conseguiram resolver uma questão crucial, principalmente para quem produz documentários: a gravação de áudio. A maioria dos modelos oferece entrada para microfone, mas não tem saída para controle do áudio. O gravador das câmeras tem boa performance, mas o microfone embutido não oferece qualidade de gravação. Então, cada um recorre a um dos métodos de gravação que tentaremos expor a seguir.
Gravação externa
A maneira mais fácil de ter áudio de qualidade nas câmeras digitais é a gravação externa, paralela à da própria câmera. Nesse caso, temos três opções que resolvem o problema. Primeiramente podemos usar um microfone externo do tipo boom, o mesmo empregado nos sets de cinema. Esse tipo de microfone chama-se “boom”, justamente, por ser capaz de gravar o áudio chamado direcional – o microfone é dirigido à fonte de áudio e isola, de certa maneira, o som ambiente.
Ele pode ser plugado diretamente à câmera, para que tenhamos o áudio sincronizado com o vídeo. Ou o áudio pode ser gravado em um aparelho externo como o Zoom – aí, é importante usar a claquete para gravar um pico de áudio no início da entrevista, por exemplo, o que facilitará a sincronia do som externo com o áudio da câmera na ilha de edição.
Outra forma de uso do microfone externo é acoplar um equipamento do tipo da Roder, com sapata para fixação, à câmera. Normalmente esse microfone é plugado na entrada de áudio, sem a necessidade de sincronia posterior do áudio. Há, ainda, a possibilidade de gravar os diálogos com um microfone do tipo lapela (também plugado a um gravador externo e, quando possível, à câmera).
O segredo de todos esses métodos, é importante saber, não reside apenas na qualidade do microfone utilizado, mas, principalmente, no uso desses equipamentos próximos e direcionados à fonte de áudio. E o resultado será praticamente o mesmo se o microfone custar R$ 200,00 ou R$ 4 mil.
Smartphones como gravadores
Nos últimos meses, surgiram microfones especiais para serem plugados aos iPhones e smartphones Android que transformam o celular em gravador e que facilitaram a logística da cena – não é preciso um tripé para os microfones ou um microfonista segurando o boom. A Rode lançou um desses microfones, o Lavellier, que custa entre R$ 250,00 e R$ 300,00 e tem qualidade fantástica. O microfone tem entrada p2 de três fases – por isso, só funciona com os celulares. Também tem cabo curto (assim, você pluga no smartphone, que fica no bolso ou próximo do entrevistado, e o som é gravado no aparelho).
Para melhorar a performance dos celulares, há aplicativos variados de gravação para IOS e Android, como o Rode Rec, o ASR e o RecForge – todos têm versões gratuitas, com algumas limitações, e pagas (baratinhas), que permite gravar em WAV, MP3 e outros formatos. É uma solução de fácil manuseio que facilita a produção, pois não exige carregar sistemas de apoio aos microfones e gravadores. Depois, é só fazer a sincronia do áudio na ilha de edição.
Seja qual for a sua escolha, veja o que você tem em termos de equipamento, ou compre um desses sistemas, e vá testando. Já utilizei todos. Hoje, fico com o lapela plugado à câmera ou com o Lavellier ligado ao celular – lembrando que o áudio do iPhone tem excelente qualidade e que alguns smartphones são limitados nesse quesito.