PAULISTAS, DE DANIEL NOLASCO, É O GRANDE LANÇAMENTO DA SESSÃO VITRINE PETROBRÁS

O documentário é inspirado na experiência de “migração” do próprio diretor e vai retratar as contradições entre tradição e modernidade

A “migração” sempre foi um processo muito presente na realidade da população brasileira, é comum que pessoas se mudem de suas cidades em busca de novas oportunidades e experiências, uma vez que, o Brasil, é um dos maiores países do mundo. A verdade, é que são inúmeras e muito frequentes as possibilidades de mudança em todo o território nacional.

E é justamente isso que “Paulistas”, de Daniel Nolasco, vai retratar. O documentário, vai retratar a história das transformações de uma região por meio do olhar e da relação de três irmãos: Samuel, Vinícius e Rafael, que se mudaram para a região urbana de Catalão e deixaram para trás a cidade onde nasceram, retornando apenas para passar férias.

O filme na verdade, foi inspirado na “história” de migração do próprio diretor que passou pelo mesmo processo de mudança que os personagens. “Paulistas é a busca por deixar registrado uma forma de cultura que também me pertence e que está prestes a desaparecer diante de tantas transformações. O filme acompanha a dupla contradição entre o retorno e a partida, entre a tradição e modernidade, por meio dos três personagens. Jovens que se mudaram para a região urbana de Catalão (GO), e retornam à casa da família durante as férias. As férias de julho são o momento em que futuro e passado encontram-se completamente presentes na região dos Paulista”, explica Nolasco.

Nolasco ainda define que, o filme, retrata um universo conhecido e íntimo. “Morei até os dois anos na região – minha mãe foi uma das primeiras a deixar os Paulistas, e se mudar para a cidade de Catalão, no interior de Goiás. Vi ao longo dos anos e do passar do tempo à transformação pelo qual passou a região e as pessoas que se mudaram para áreas urbanas. Comecei a observar o fim daquela cultura e daquele modo de vida”, contou.

Pra quem não sabe, “Paulistas”, era até a década de 1970, uma região rural do sul de Goiás, formada por um conjunto de pequenas fazendas, todas com poucos hectares de terra e com agricultura de subsistência. Todos os moradores da região do município eram de uma mesma família. Este cenário começou a mudar no fim dos anos 80, com a chegada da monocultura da soja no Estado e com a compra dessas fazendas pelos latifundiários. Começou aí o êxodo da população rural para as cidades, transformando a região em um local de população urbana.

Segundo o diretor, a intenção do filme foi mostrar justamente esse conceito de adaptação e contradição entre a tradição e a modernidade.

“O documentário pretende mostrar através de imagens e sons toda esta contradição. É buscando isso que a câmera sempre manterá uma distância dos personagens, assumindo a posição de observador. Um observador que mantém determinada distância para não ser invasivo, mas que ao mesmo tempo é afetuoso e respeitoso. Que buscará não só registrar a visualidade da região, mas a sonoridade e seu tempo. Esse tempo do campo que é diferente de uma cidade, mesmo das pequenas. Um tempo quase sempre governado pela luz do dia, no qual as pessoas acordam com o nascer do sol e vão se recolher no cair da noite”, completa Nolasco.

A estreia do filme será no dia 22 de fevereiro, na Sessão Vitrine Petrobrás. Para saber mais informações sobre as sessões, locais de exibição e como adquirir o seu ingresso, você pode verificar no site: www.sessaovitrine.com.br

 

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